segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ms. Peyroux

Aproveitando o espaço e o bom tempo, já que no último domingo estive no show de Madeleine Peyroux, deixarei um pouco das minhas impressões pessoais da apresentação mais do que necessariamente um post inédito de música para os albergueiros.
Gostaria muito de ter feito um bootleg, até por que o show de Madeleine foi o primeiro de vários que lançarão seu novo disco intitulado Bare Bones e ela tocou cinco faixas do álbum! Mas por azar da vida e do querido albergue, me atrasei para o show e acabei esquecendo a máquina em casa. O disco será lançado apenas em Março de 2009.
Pelo que Madeleine apresentou, todas as músicas recém-divulgadas são composições dela mesma entre parcerias. As músicas se assemelham bastante ao do último álbum Half the Perfect World (2006), com arranjos suaves marcados pela presença do órgão, emprestando nuances entre o folk e o blues.
Sem grandes recursos e com um jeito bem despojado, cantou as suas cinco músicas inéditas e em seguida intercalou composições do segundo disco Careless Love (2004) e do último álbum que mencionei. Em tudo, o que mais me impressionou foi os improvisos na interpretação. Por mais que a platéia tentasse acompanhar, era em vão, ela passeava magistralmente em diferentes tons e ritmos, mas sem escapar do compasso! Inevitável a comparação com Billie Holiday, o timbre da voz é muito parecido, especialmente quando canta Dance me to the end of love, música que lançou Madeleine Peyroux no cenário do jazz internacional.
O repertório foi bastante enxuto num show de apenas uns 50 minutos. Após o famoso intervalo para o bis, tocou ainda uma música do primeiro álbum, Dreamland (1996), Walkin´after midnight e ainda J´ai Deux Amours.
Não sei se conhecem todos, mas até que saia o novo disco, deixo os três álbuns lançados por Madeleine Peyroux plus o Got You on My Mind (2004) dela com William Gallison.

Para baixar os álbuns, acessar os links abaixo:
http://rapidshare.com/files/171514080/Dreamland.rar.html
http://rapidshare.com/files/171534543/Got_You_on_My_Mind.rar.html
http://rapidshare.com/files/21360384/Madeleine_Peyroux_-_Careless_Love.zip
http://rapidshare.com/files/560062/Madeleine_Peyroux_-_Half_The_Perfect_World.zip

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ao samba!

Não poderia deixar passar em branco entre os sons do nosso querido albergue, uma sonora abreviada homenagem ao samba em seu dia. Pouco ainda conheço desse ritmo que parece embalar o cotidiano dos fundadores por excelência, os cariocas – característico pelo jeito malemolente, faceiro e onde, mesmo a melancolia é colocada em arranjos coloridos. Tem samba na próxima esquina, no bar, no morro, na saída da estação de metrô (muito possivelmente no largo da carioca), quase sempre um trio – cavaco, pandeiro e viola e quem mais aparecer para contribuir, mesmo que seja com um bom repertório de cerveja, e já basta.
Tudo no final vira samba, mas o tema preferido dos compositores parece ser a tristeza e a alegria de seus próprios relacionamentos amorosos - embargados, rompidos ou em conquista - e quase sempre escritos com muita simplicidade, “sem rodeios” e com as diversas cores, texturas e sons do que é habitual. Se não isso, se canta o mar, os passarinhos, as flores, a vida!
Do mínimo que conheço na imensidão de sambas consagrados, sambas de roda, sambas-canção, sambas-enredo, contemporâneos, optei por compartilhar o que parece ter sido grande marco na história do samba, representado pelo disco A Velha Guarda, gravado em 1955, pela “Santíssima Trindade” do samba (assim apelidada por Martinho da Vila), composta por Pixinguinha, Donga e João da Baiana.
Antes que alguém me dê cartão vermelho e me expulse do albergue por falar de samba e não mencionar Cartola, segue Verde que Te Quero Rosa, gravado em 1977 e reverencio, assim, o grande fundador da Estação Primeira de Mangueira.
E por fim, a final de contas hoje é o dia do samba, acrescento ainda o último disco de Elza Soares, lançado em 2007, Beba-me. Assisti ao show de divulgação desse álbum boquiaberta com a energia e vigor que essa senhora inquieta (nos seus 70 anos, diga-se), brinca, samba e canta – muito bom! E a voz, nem se fala, única, forte e majestosa. O disco está composto por releituras dos grandes temas que a consagraram com intérprete de samba, entre outras, composições de Noel Rosa, Chico Buarque, Vinícius de Moraes e Carlos Lyra.

Para baixar os álbuns, acessar os links abaixo: