segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Na leveza do cool jazz


Outro dia estive assistindo um documentário sobre a história de Chet Baker – produzido em 1988, pouco antes de sua morte - e apesar de já apreciar bastante sua música, me chamou a atenção o que alimentava o seu trompete. Intitulado “Let´s get Lost”, o filme retrata o próprio Chet entre amigos e amantes recontando momentos e episódios que definiram sua trajetória como músico no Jazz. Nada muito diferente do que estamos acostumados a ouvir: começo difícil, fama, cocaína, mulheres, cocaína e um fim trágico. Porém, e o que importa aqui, é que entre as poucas palavras em tons bem deprimidos de Chet Baker, o filme intercalava sons do seu trompete em notas longas e suaves e, muitos, muitos sussurros românticos.
Definitivamente, não possuía o virtuosismo de Miles Davis nem a irreverência de um estilo marcante como de Lee Morgan. Na verdade, Chet viveu e morreu na leveza do cool, no sentido mais amplo mesmo da palavra. Mas de fato, o chamado cool jazz foi sua forte e única vertente estilística em se tratando de música. E, assim, encantava e ainda encanta, por que o som que saía do seu trompete era despretensioso, leve, doce e único. Alguns dizem que o jeito cool de tocar escolhido por Chet se deu convenientemente pela dificuldade que encontrou em soprar o trompete quando um acidente o fizera perder um dos dentes da frente, levando-o a não mais alcançar as notas agudas, chegando no máximo às médias. Assim, Chet definiu o seu estilo e ainda criticava e tachava de exibicionistas os jazzistas das improvisações e dos agudos característicos do despojado Bebop que tomou conta do cenário do jazz na década de 50.
Outro instrumento bem peculiar do músico - e por isso que posto dois álbuns dessa vez – é a voz. Quando revezava o sopro pelo canto, soava algo bem a La bossa brasileira.
Seguem dois discos que considero expressivos do legado do grande galã do jazz. O primeiro foi gravado quando Chet Baker fazia parte do quarteto de Gerry Mulligan no Carnegie hall em meados da década de 70 (quarteto sem piano) e o segundo, “Let´s Get Lost: Chet Baker Sings”, com clássicos cantados.

Para ouvir, acesse os links abaixo:
Chet and Mulligan – Carnegie Hall concert (1974)
http://www.megaupload.com/?d=B8NSXU9N

6 comentários:

Luizinho disse...

Esse Chet Baker Sings eu tenho em Lp (prensagem inglesa, chora Tathi!)
O outro eu vou sacar. Bjs

Tathi Martins disse...

chet pelo rory?!?
temos um deal?
ou vc prefere ver sua amiga querida afogada em lágrimas?!
(isso não é comum, vou acabar te assustando)
hhahaha..
pense direitinho
bjo

Luizinho disse...

Ah! Agora vc faz negócio né?! Já me acostumei a viver sem o Rory (inclusive, essa sua prensagem, apesar de capa dupla, é nacional). Tsc tsc tsc...

menina disse...

ê tathi! gostei!
n sabia nada dele! Primeira vez que vou interpretar com carinho uma falta de dente..

e os dois! parem de brigar!
beijinhos

M. disse...

Anh se todo banguelo fosse um Chet..
ahahahahaha ;p

Ótimos álbuns, Marty!

p.s. vc devia gravar o show da madeleine, e vir aqui postar um bootleg! ;D

Aline disse...

ainda tem o disco? rola de consertar o link?